Um novo grupo de refugiados afegãos chegou na noite dessa quarta-feira (21) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Mas, sem novas vagas em abrigos, esses imigrantes ficam acampados nos corredores do aeroporto.
Agora, já são 205 imigrantes instalados provisoriamente nos corredores do terminal, à espera de acolhimento. Mas, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social da cidade, Guarulhos possui atualmente 177 vagas para migrantes e refugiados, sendo 127 geridas pelo município e outras 50 pelo governo estadual. Mas, neste momento, não há nenhuma disponível.
Aline Badawi, coordenadora da ONG Coletivo Frente Afegã, que acompanha a situação dos imigrantes desde o ano passado, relata que uma das maiores dificuldades que os refugiados enfrentam é a higiene.
Também complica a adaptação dos afegãos no Brasil a dificuldade em aprender o português, que é muito diferente do árabe. A maioria deles têm instrução – são jornalistas, economistas, engenheiros e professores – e como sabem o inglês, alguns conseguem trabalho em empresas multinacionais, mas outros acabam conseguindo apenas empregos simples. E tem ainda a questão da religião deles, muçulmana, que é muito diferente das religiões praticadas no Brasil, explica Aline.
Em nota, a prefeitura de Guarulhos destaca que não é a responsável pela acolhida dos afegãos, já que o visto humanitário é concedido pelo governo federal. E que tenta trabalhar de forma emergencial com a crise humanitária dos afegãos que chegam no município.
Lembrando que no dia 13 deste mês, o prefeito de Guarulhos protocolou mais um ofício junto ao Ministério de Portos e Aeroportos, pedindo o reconhecimento da cidade como fronteira do Brasil, com acesso a apoio financeiro para poder aumentar as condições de acolhimento dos cidadãos refugiados que chegam ao município. Até o momento, o governo brasileiro autorizou a concessão de mais de 11.500 vistos de acolhida humanitária em favor de afegãos, desde a volta do grupo extremista Talibã ao poder no Afeganistão.
Edição: Nádia Faggiani/ Renata Batista
Agencia Brasil
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