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O perigo do cyberbullying para crianças e adolescentes

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Imagem: Adobe Stock

 

Hoje, as redes sociais fazem parte da vida da maioria das crianças e adolescentes do mundo todo. Somente no Brasil, cerca de 24 milhões de crianças e adolescentes brasileiros de 9 a 17 anos são usuários de internet – o número representa 92% desse universo populacional. Dos total de usuários, 86% possuem perfis em redes sociais, um recorte de aproximadamente 21 milhões de pessoas.

Com a divulgação de fotos e vídeos, há a prática de bullying, chamada de intimidação sistemática caracterizada por todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente. Transferida para a internet, ações deste tipo são transformadas em cyberbullying – que pode ser pior que o bullying no ambiente escolar, pois a vítima não pode fugir dele.

A última pesquisa global sobre cyberbullying (agressões registradas na internet) mostrou que o Brasil é o segundo país em que as ofensas em meios digitais são mais frequentes.

De acordo com o levantamento, realizado pelo Instituto Ipsos com 20,8 mil pessoas, 29% dos pais ou responsáveis brasileiros consultados relataram que os filhos já foram vítimas de violência online. Na sondagem anterior, divulgada em 2016, esse índice era de 19%.

Os ataques recebidos pela internet de anônimos e não anônimos podem levar a graves consequências como: depressão, automutilação e em situações mais graves até suicídio.

O caso mais recente no Brasil foi da morte de Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, em Araguari. O caso, que ganhou notoriedade no final do ano passado, revelou a trágica história da jovem após receber ataques nas redes sociais devido a prints sobre um suposto affair com o humorista Whindersson Nunes.

A autora das mensagens difamatórias, uma jovem de 18 anos da cidade de Rio das Ostras, foi identificada e indiciada pelo crime de instigação ao suicídio.

Jéssica tirou a própria vida depois que sites e perfis de fofoca divulgaram a suposta relação. A Polícia revelou, por meio de nota, que “a própria jovem foi a responsável pela divulgação do conteúdo a algumas páginas de fofoca, através de perfis falsos criados por ela em uma rede social. Ela fez toda a montagem e divulgou para as páginas de notícias, esse suposto relacionamento com o humorista Whindersson”, declarou o delegado Felipe Oliveira.

A investigação também revelou que Jéssica recebeu uma mensagem cujo conteúdo a instigava a tirar a própria vida.

Em 2021, outro caso chamou a atenção, a cantora de forró Walkyria Santos perdeu seu filho adolescente e, no Instagram, fez um desabafo forte sobre o possível motivo de ele ter tirado a própria vida. Segundo ela, o jovem de 16 anos sofreu ataques homofóbicos em um vídeo publicado na rede social TikTok, no qual ele e um amigo aparecem brincando como se fossem dar um beijo na boca.

 Crime

Em 15/01 deste ano, foi sancionada a Lei 14.811/2024, que torna mais rígidas as penas para crimes cometidos contra crianças e adolescentes. Dentre as condutas, as práticas de bullying e cyberbullying passam a constar no Código Penal, que agora prevê pena de multa e reclusão para os praticantes.

O texto define ‘bullying’ como intimidação sistemática, individual ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, por meio de atos de humilhação ou discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais. A lei prevê multa para os autores de bullying, e reclusão de dois a quatro anos, além de multa, para quem cometer o mesmo crime em ambientes virtuais (cyberbullying).

Alerta

Pais e responsáveis precisam ficar em alerta sobre a mudança de comportamento das crianças e adolescentes. Em caso de certeza que a criança ou adolescente está sofrendo cyberbullying, procurar a delegacia de polícia mais próxima e registrar o crime. Não esquecer de tirar print dos comentários. O apoio emocional da família e pessoas próximas é fundamental para a vítima.

observatorio3setor.org.br

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