Nos meses de setembro e outubro, a Cáritas Paraná tem mobilizado suas equipes de 16 territórios para formações sobre saúde mental e prevenção de violências, com recorte especial para o contexto haitiano. Cerca de 80 pessoas participaram das atividades, presenciais e on-line, conduzidas por colaboradores e consultores haitianos. As formações, assim como as contratações das pessoas que conduziram as atividades, foram viabilizadas por meio de parceria firmada com o ACNUR.
No total, são nove encontros com diferentes temas, como violência de gênero, saúde mental, proteção e cuidado com crianças, cultura haitiana e proteção de pessoas refugiadas e migrantes. Cáritas-PR e ACNUR possuem parceria firmada desde 2016 e, atualmente, o atendimento, a proteção e o acolhimento de pessoas haitianas têm ganhado atenção especial. Recentemente, a crise multidimensional existente no Haiti tem escalado situações de violência contínua por parte de grupos armados, levando a grandes deslocamentos de pessoas e graves necessidades humanitárias. O Paraná concentra parte importante das mais de 90 mil pessoas vindas do Haiti para o Brasil.
“Temos no Paraná realidades diversas de atendimento a populações refugiadas e migrantes – desde a situação na tríplice fronteira, a área portuária, grandes centros. De modo geral, vemos desafios maiores para as mulheres, tanto no trabalho, no aprendizado do idioma e com as questões culturais”, explica a secretária-executiva da Cáritas Paraná, Márcia Ponce. “As capacitações têm sido um momento muito importante de nossa parceria com o ACNUR, porque fortalece o trabalho realizado nos territórios e capacita nossos agentes para um atendimento mais acolhedor e uma atuação mais efetiva.”
Para Cassandre Pierre, mobilizadora haitiana contratada por meio da parceria, é fundamental que as equipes conheçam as realidades vividas pela população refugiada e migrante para tornar os atendimentos mais humanos. “As atividades de rodas de conversa, oficinas e palestras não somente sensibilizam, mas também trazem informações importantes para uma melhor convivência e acolhimento”, afirma. “Cada dia é um desafio para os profissionais que estão fazendo os atendimentos a pessoas refugiadas e migrantes. Também para nós é um desafio tentar nos integrar em uma sociedade com uma cultura diferente da nossa. Os temas abordados são muito importante e vão levar a um atendimento mais humanizado às pessoas migrantes e refugiadas que estão no Brasil.”
Além das ações de formação, o apoio do ACNUR irá viabilizar a realização de encontros com empresas paranaenses com potencial para contratação de pessoas refugiadas e migrantes haitianas. Além de mobilizar as empresas para as possibilidades de contratação, candidatos e candidatas às vagas receberão da equipe de Cáritas apoio para elaboração de currículos, para identificação de vagas e para preparação para entrevistas.
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