A medida proíbe o uso de recursos municipais para aplicação da lei de imigração. Membros do Conselho votaram por unanimidade a favor da medida, juntando-se a mais cidades nos EUA. Antecipação é para evitar possível deportação
Com a votação da Câmara Municipal de Los Angeles, na terça-feira (19), foi aprovada a lei de “cidade santuário” que proíbe o uso de recursos municipais para a fiscalização da imigração e proíbe as agências locais de compartilhar informações sobre pessoas sem status legal com as autoridades federais de imigração. Essa antecipação de autoridades locais, é para evitar uma possível deportação em massa durante a próxima administração do presidente eleito Donald Trump.
Mais de 100 pessoas se reuniram na escadaria do governo municipal na manhã da terça-feira (19), antes da votação, para instar o Conselho a promulgar o decreto. No entanto, os membros do Conselho votaram por unanimidade a favor da medida, juntando-se a mais de uma dezena de cidades nos EUA com disposições semelhantes.
Cidades ou estados santuários não são termos legais, mas passaram a simbolizar um compromisso de proteger e apoiar as comunidades imigrantes e recusar a apresentação voluntária de informações à polícia de imigração. Os seus defensores garantem que são refúgios para que os imigrantes se sintam seguros e possam denunciar crimes sem medo de serem deportados.
A medida retornará ao conselho para uma segunda votação como formalidade. A prefeita Karen Bass, que tem o poder de vetar, disse que apoia o decreto.
Com Trump prometendo lançar uma repressão aos imigrantes quando retornar à Casa Branca em 20 de janeiro, os defensores da imigração instaram os membros do Conselho de Los Angeles a agirem rapidamente.
“Queremos que as pessoas – os imigrantes –, se sintam protegidas e tenham fé no seu governo e que as mulheres possam denunciar violência doméstica e crimes”, disse o vereador Hugo Soto-Martínez, usando a sigla para “Immigration and Customs Enforcement.”
O “Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD)” tem uma política que exige que os policiais não perguntem sobre o status de imigração de uma pessoa nem façam prisões com base nele. O seu novo chefe de polícia, Jim McDonnell, também se comprometeu a não cooperar com deportações em massa ou com agências federais em questões de fiscalização da imigração.
Cidades de Nova Iorque a São Francisco têm políticas de longa data para apoiar os imigrantes, mas as críticas a essas medidas aumentaram com a chegada de mais imigrantes. Parte da reação ocorreu depois que os governadores republicanos do Texas e da Flórida começaram, no ano passado, a enviar imigrantes para cidades governadas pelos democratas, chamadas de santuários, algo que os críticos chamam de manobra política.