Abdullah Abu Zaid, refugiado de 47 anos, foi detido ao desembarcar no Brasil em 14 de abril. Natural da Arábia Saudita e de nacionalidade palestina, ele viajava com um passaporte emitido pela Autoridade Palestina (AP) em Ramallah, na Cisjordânia. Na manhã de quinta-feira (8), após 24 dias detido de forma precária pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, Abdullah foi liberado e finalmente pôde se encontrar com sua família novamente. O episódio evidencia o descaso do velho Estado brasileiro em relação aos refugiados, principalmente os palestinos, principais alvos da perseguição sionista no Brasil.
Desde que nasceu, Abdullah nunca teve permissão para entrar em seu país de origem, pois não possuía a documentação exigida. Em busca de proteção, ele decidiu vir para o Brasil e solicitar asilo, acreditando que havia segurança razoável ao seu povo.
No entanto, ao chegar no aeroporto de Guarulhos, foi rapidamente detido pelas autoridades federais brasileiras, sem qualquer explicação prévia. Também não houve nenhuma justificativa documental das medidas abusivas tomadas pelos agentes da Polícia Federal (PF).Sua esposa e seus três filhos haviam desembarcado no país apenas quatro dias antes. Por conta de sua ausência, se viram obrigados a buscar ajuda em um abrigo localizado no bairro da Mooca, em São Paulo.
Há duas semanas, o supervisor da Qatar Airways no aeroporto de Guarulhos falou diretamente com Abdullah, afirmando que sua solicitação de asilo foi negada e que ele deveria “voltar de onde veio” imediatamente. Tal arbitrariedade surpreendeu Abdullah, que prontamente discordou da “orientação”, já que esperava ser contatado sobre sua detenção diretamente pela Polícia Federal, sem intermediários.
Além disso, um funcionário do aeroporto, também sem ligação com a PF, “orientou” Abdullah a seguir para a Bolívia ou retornar ao seu país, alegando que o Brasil não era seu destino final.
Na Tunísia, ao solicitar asilo para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Abdullah afirma que não obteve resposta alguma, muito menos autorização de residência ou proteção internacional. Apesar disso, o órgão emitiu um documento comprovando sua situação como refugiado.
Enquanto isso, Abdullah teve de enfrentar o tratamento desumano que lhe foi imposto no aeroporto de Guarulhos, sem acesso adequado a atendimento médico, alimentação e até mesmo lugar para dormir.
Na manhã de quinta-feira (8), após 24 dias detido de forma precária pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, Abdullah foi liberado e finalmente pôde se encontrar com sua família novamente. O episódio evidencia o descaso lamentável do Brasil em relação aos refugiados, principalmente os palestinos, alvos principais da intervenção sionista em nosso País.
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