A decisão do Comitê Nobel de atribuir o Prêmio Nobel da Paz à ativista iraniana de direitos humanos Narges Mohammadi destaca a “coragem e determinação” das mulheres do Irã.
A afirmação é do Escritório de Direitos Humanos da ONU. Nesta sexta-feira, a porta-voz Liz Throssell afirmou que está claro que as mulheres iranianas têm sido uma “fonte de inspiração para o mundo”.
Coragem face a violência
Liz Throssell adicionou que é notável a coragem e determinação delas face a represálias, intimidação, violência e detenção.
A representante ressalta que elas têm sido assediadas e existem medidas legais, sociais e econômicas cada vez mais rigorosas contra elas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, adiciona que a premiação é um lembrete importante de que os direitos das mulheres e meninas enfrentam um forte retrocesso, especialmente com a perseguição de mulheres defensoras dos direitos humanos, no Irã e em outros lugares.
Ele afirma que esse Prêmio Nobel da Paz é uma homenagem a todas as mulheres que lutam pelos seus direitos arriscando sua liberdade, sua saúde e até suas vidas.
Narges Mohammadi
Narges Mohammadi cumpre atualmente uma pena de 16 anos na prisão de Evin, em Teerã.
Ela trabalhou durante muitos anos como jornalista e é autora e vice-diretora da organização da sociedade civil Defenders of Human Rights Center, com sede na capital iraniana.
Em maio, ela e outras duas jornalistas iranianas receberam um prêmio que celebra a liberdade de imprensa concedido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
As profissionais foram detidas durante a onda de protestos em torno da morte de Mahsa Amini sob custódia policial, em setembro de 2022.